terça-feira, janeiro 31, 2006   

 

 

às vezes dou por mim a pensar que gostava de ser mais transparente. ou, pelo menos, que me soubessem 'ler' nas entrelinhas.
isto de ser, aos olhos dos outros, a gaja que está sempre bem disposta, é lixado. ou talvez não. sei lá.

 

sexta-feira, janeiro 27, 2006   

 

era uma vez...

 

um otoverme vespertino que se transformou num otoverme matinal


doe, a deer, a female deer
ray, a drop of golden sun
me, a name I call myself
far, a long, long way to run
sew, a needle pulling thread
la, a note to follow sew
tea, a drink with jam and bread
that will bring us back to do

B)

 

quarta-feira, janeiro 25, 2006   

 

[*]

 

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gerardo suter

depois a vida há-de mover-se.

 

 

 

...

 

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Ron Mueck

«(...)
a noite singra a pele.
e tu escondias a cara num pano branco e quando fitavas as mãos eu sentia medo de um deus.
estávamos sentados à sombra dos tamarindos. ouvíamos uma voz e não sonhávamos.
nenhum de nós sabia se o sonho, ou a morte, nos conduziria a algum porto de felicidade.
não me lembro o que aconteceu a seguir
(...)
o horizonte é negro. a luz do dia extinguiu-se subitamente.
as mãos com que te toco, luminoso afago, não são verdadeiras nem reais - porque o tempo todo talvez esteja onde existimos. embora saibamos que nesse lugar nunca houve tempo nenhum.»
al berto, in 'o medo'

 

sexta-feira, janeiro 20, 2006   

 

explicação para coisa nenhuma

 




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«A noite chega com todos os seus rebanhos.
Uma cidade amadurece nas vertentes do crepúsculo.
Há um íman que nos atrai para o interior da montanha.
Os navios deslizam nos estuários do vento.
Alguma coisa ascende de uma região negra.
Alguém escreve sobre os espelhos da sombra.
A passageira da noite vacila como um ser silencioso.
O último pássaro calou-se. As estrelas acenderam-se.
As ondas adormeceram com as cores e as imagens.
As portas subterrâneas têm perfumes silvestres.
Que sedosa e fluida é a água desta noite!
Dir-se-ia que as pedras entendem os meus passos.
Alguém me habita como uma árvore ou um planeta.
Estou perto e estou longe no coração do mundo.»
antónio ramos rosa, a rosa esquerda

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quarta-feira, janeiro 18, 2006   

 

 

da saga: os meus amigos são mais imbecis que os teus:



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ok, ok, o presente não é imbecil, não senhora, mas o cartão?, o cartão é absolutamente imbecil B(

[obrigada, a. ]

 

quarta-feira, janeiro 11, 2006   

 

agora

 

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agora vou ser livre
de percorrer o vento
em linha recta,
de receber os afagos
às mãos cheias,
de pintar em todas as paredes
as bonecas de trapos que não fiz.

 

terça-feira, janeiro 03, 2006   

 

estado de espírito

 

today I am
a small blue thing
like a marble
or an eye

with my knees against my mouth
i am perfectly round
i am watching you

i am cold against your skin
you are perfectly reflected
i am lost inside your pocket
i am lost against
your fingers

i am falling down the stairs
i am skipping on the sidewalk
i am thrown against the sky
i am raining down in pieces
i am scattering like light
scattering like light
scattering like light

today I am
a small blue thing
made of china
made of glass

i am cool and smooth and curious
i never blink
i am turning in your hand
turning in your hand
small blue thing
suzanne vega

 

domingo, janeiro 01, 2006   

 

 

«Não importa o que se ama. Importa a matéria desse amor. As sucessivas camadas de vida que se atiram para dentro desse amor. As palavras são só um princípio - nem sequer o princípio.

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Porque no amor os princípios, os meios, os fins, são apenas fragmentos de uma história que continua para lá dela, antes e depois do sangue breve de uma vida.»

Fazes-me Falta - Inês Pedrosa

 

 

pergunta-me [se te apetecer]

parece que foi ontem:

pronto, já passou:

os outros:

procura [se te apetecer, também]