tinha chegado de longe, dizia-se, de um lugar onde só havia espaço para a memória dos rios, necessáriamente dolorosa.
tinha chegado de longe como um veleiro em apuros. por isso tinha aquele ar de náufrago em busca de um porto que lhe lembrasse, ainda que tenuamente, que a água dos olhos também pode ser de alegria. tinha chegado de longe, da infância, dos dias de chuva e dos adeuses acenados. tinha chegado de longe, de onde nenhuma ponte parte.tinha chegado de longe. de muito longe. do tempo em que as gaivotas lhe bebiam dos olhos.
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