serenamente à escuta

 



Invenção do Amor

Nas tuas mãos repousa a minha vida

falta-me um gesto teu para acordar
pássaro triste, asa enfraquecida
sem o teu corpo, o céu para voar
nas tuas mãos deixei a minha vida
parar

Se tu soubesses tudo o que eu invento
se adivinhasses quando eu te chamo
amiga, noiva, nardo, irmã, lamento
rosa de ausência que desfolho e amo
se tu soubesses como o tempo é lento
esperando

Tu voltarias como o sol na primavera
trazendo molhos de palavras como cravos
trazendo o grito de uma força que se espera
e cheira a ceiva, medronhos bravos

Tu voltarias como a chuva no outono
trazendo molhos de palavras como nuvens
trazendo a calma que abre as portas para o
sonho
trazendo o corpo sabendo a uvas, tu voltarias
cantando

Das minhas mãos renasce a nossa vida
e sei que posso falar-te a toda a hora
basta cantar-te para possuir-te
és o sítio onde o canto se demora
estou a inventar-te e a destruir-te
agora
agora

José Carlos Ary dos Santos

 

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