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it again, Sam.
Tinham silêncios. E mãos. E dedos.
Tinham um percurso de palmeiras muito pela noite.
Tinham silêncios. E estrelas desconhecidas pespontando o céu e palmeiras muito pela noite.
Como amantes infelizes tinham distância, desencontros, desencantos, mas riscavam todos os dias um percurso luminoso onde acendiam o sorriso e a ternura e iluminavam as palmeiras pela noite.
E tinham silêncios. E olhos aguados onde gaivotas vinham beber. E dedos que se tocavam a medo. E zangavam-se pelo desespero de não terem mais que uma rua onde caminhavam abraçados. Zangavam-se pelo desejo incompleto, pelo esboço dos sonhos que sabiam ser capazes.
Tinham silêncios. E palavras como vidros espetados na alma. E sentiam-se atados e sufocados.
E ele dizia: Tenho para te oferecer rosas vermelhas e passeios à chuva. Tenho para te oferecer a sinceridade do tempo em que estou contigo. E ela ficava em silêncio.
Tinham silêncios. Mãos. Dedos. Palmeiras.

 

imagina linhas ténues que cobrem um plano de luz. agora, imagina que essas linhas são tão ao acaso como uma teia cintilante de fios finissimos de seda que essa luz forte e razante ilumina. tens essa imagem presente? guarda-a por uns momentos. ora imagina, agora, que há milhares e milhares de pontos em que esses fios se cruzam e que alguns desses pontos são de um brilho trémulo de estrela, trémulo mas intenso.
pois esses pontos são feitos de vidas que se cruzam ao acaso e que geram um brilho especial.
é assim que às vezes imagino o mundo.

;)

Olha, fizeste-me sorrir o que ainda é difícil a esta hora da manhã ;)

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