Errar. E mostrar os dentes. E as mãos. E engolir nuvens. E perguntar à barata porque não voa. E trancar a porta por dentro. E ficar a ouvir os sons da casa ao lado. E acenar adeuses da janela. E os vidros embaciados. E lá em baixo um cão a vasculhar no lixo. E um bêbado quase a chorar. E descobrir que as pessoas choram. E um bêbado é uma pessoa. E sapatos espalhados pelo chão. E roupa. E jornais. E livros.
Não há ruídos na casa do lado. A casa dorme. Dormem as pessoas. O cão está saciado e o bêbado já partiu. Saber que o perigo está sempre ao cimo das escadas. Subir as escadas. Respirar baixinho. E, no silêncio da noite, cantarolar: last night I dreamt that I grew wings I found a place where they could hear me when I sing...

 

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