rascunho para qualquer coisa
d e v a g a r
muito d e v a g a r
as ondas crescem nas palavras mortas
e o rosto todo posto contra a terra
entre as farpas do solo
como os heróis defendidos na dureza da morte
isto acontece em fragmentos de céu estendido
entre fevereiro abril setembro ou mês qualquer
isto chove nos dias em cólera amarga
dentro de um homem e de uma mulher
intestino que cresce e se alarga
ruga rasgada
idioma novo em pureza batido ao longo
das tardes noites silêncios dos dias
e colunas onde mãos repousam
nas veias circulando outro sangue
isto é fim e princípio nos sítios ignorados
onde viver é renovar as lanternas maiores
os ângulos acrescidos de vogais furando muros
de sombras retalhados.
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poema sujeito a mutação
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