espelho baço forrado a solidão
dói-me o corpo à cabeceira das
rosas que murcharam

-rugas sobre rugas-

de ambos os lados da vida
examino o silêncio que cresce
pulsos entre braços
interior de mãos onde o gesto
solta o justo tempo

aqui e agora é dentro de mim a hora exacta
luz verdadeira da palavra
jamais mortalha estrangular de grito mas
fogo água pássaros completos ressuscitados em
voo directo ao futuro que trago em punhais e astros
nos pulsos de cristais abertos.

 

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