Moro agora nos olhos das crianças,
disponho a luz para as ver melhor,
o azul aproxima-se da pupila.
Nesta praça que me lembra outra
mais antiga, os pombos vêm
beber a solidão das minhas mãos.
Digamos então que um brusco aroma
me traz o sol ou uma abelha
ou esses olhos onde agora moro.
- Eugénio de Andrade (De Matéria Solar, 1980)
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