Preciso de um gesto,
de um abraço de mar onde moinhos naveguem os ventos

(impenetrável e silênciosa ponte para o deserto da memória)

Preciso de um gesto,
de uma chuva de pétalas sobre a turva espuma

(lembrança dos dias que carrego nas mãos)

Preciso de um gesto,
desamarrar a ternura,
descoagular sorrisos e palavras sem nome

(teia apertada no circuito da solidão)

Respiro-me sobre o azul,
pergunto-me da infância passada
na íntima ternura de ser tudo e nada.

 

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