Irás, pois, até ao Arcos.
Porque assim ficou prometido há muitos anos. Mas, apesar de tudo, ficarás mais próximo da memória de outros dias, do que das sombras das casas de Arcos de Valdevez.
Estenderás ao barqueiro sombrio o óbolo com que lhe agradecerás o ter-te levado para a outra margem. E aprenderás que os rios mudam de nome mas as águas são as mesmas.
Irás depois rente ás casas, algumas das quais acentarão em outras mais antigas construídas pelos Galo-Celtas alguns séculos antes de Cristo.
Por tudo isto, entendo que tenhas que cumprir esse ritual de ir até aos Arcos, de te sentar junto à margem do Vez ou de lançar boomerangs para o outro lado.
Chegarás à praça coberta de arcos que perpetuam a memória de um rei desconhecido ao seu povo. E talvez penses numa mulher que merecesse o triunfo de uma lembrança, nem que seja no claro e escuro de um postal ilustrado que perpetua a infância.
Entrarás pois no velho solar, já muito pela tardinha. E o afago que fazes em determinado cabelo mais não será que um gesto antigo que ficou mais próximo do Douro do que do Vez.

 

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