Passeio Alegre

 



Chegaram tarde à minha vida
as palmeiras. Em Marraquexe vi uma
que Ulisses teria comparado
a Nausica, mas só
no jardim do Passeio Alegre
comecei a amá-las. São altas
como os marinheiros de Homero.
Diante do mar desafiam os ventos
vindos do norte e do sul,
do leste e do oeste,
para as dobrar pela cintura.
Invulneráveis — assim nuas.

Eugénio de Andrade
Rente ao Dizer (1992)
In Poesia
Porto, Fundação Eugénio de Andrade, 2000

 

Marraquexe... (suspiro de saudades)...

Amo as palmeiras de Marraquexe; talvez porque nunca mais as pude ver.

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